sábado, 27 de fevereiro de 2010



Interno Mar
~ glosa ~

Ilumino minhas naus

Silencio o interno mar...

Brancas velas meio ao caos,

Vento largo-me a soprar...

Sei-te bem, meu oceano,

Pois amar-te é meu arcano

E eu, galáxia a suspirar...!


ElïschaDewes___________

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

 
É a Paixão


São areias
Ventos fortes
É o deserto

É um oásis
Uma tenda
A fonte perto

É a ânfora
Os licores
Tamareiras

Dançarina
Véus perfumes
As fogueiras

São tapetes
Almofadas
Céu espaço

Noite cálida
Um abrigo
Teus abraços

Mel e vinho
Com teu beijo
Tão preciso

É a paixão
E o deserto
É um paraíso



ElïchaDewes_________
Cântico ao Amor


Feliz eu canto o amor enquanto a lida
Abaixo e acima segue a cantoria!
As nuvens cor-de-rosa dão guarida
A quem vê tudo em prisma de poesia!

Ternura é como um lago sem saída,
Arrasta a chuva ao fundo e acaricia...
Espelha o dia a noite e ao Sol, que é vida,
Em finas gotas solta-se em magia!

Imensa a alma alonga-se nos montes,
Refulge em muitas luas, cria pontes,
Serena, cai em pétalas de rosa...

Retorna e seu perfume é flor de liz,
É rosa e margarida... E mui feliz
Eu canto o amor, sim, plena e gloriosa!


Elischa Dewes___________




Ode à Angra dos Reis
-Aniversário de seus 508 anos-



Calados, o oceano e a emoção,
Ressurge a Lua cheia, prima-dona.
Mas como não há palco ou multidão
Seus raios trazem anjos de carona.

E o tempo some e foge o firme chão...
Atroz é a impotência que se adona
E sinto a mesma cinza solidão
Do ser que jaz inerte sob a lona...

A chuva apaga o tom da paisagem
E o ventre da montanha que aparece
Assombra no escorrer a rubra tinta.

Olhares de pavor miram na imagem
- Procuram proteção, a alma em prece -
Da morte, que cruel, dança faminta!


ElïschaDewes_____________





'First Day' , 'O Poema das Flores'


Murmura mansamente o mar na encosta
E enfeita-se com rendas de cambraia.
Canora sinfonia é ali composta

Por pássaros que cantam entre a Faia.

A brisa vem do sul e quem não gosta?
Movendo ondas e algas sobre a praia!

Modificam-se as nuvens em resposta
Ao Sol que surge lá da Marambaia.

É o dia 'Number one' de mais um ano!
Sorrio e olho as rochas junto ao mar

E ali dois bem-te-vis falam de amores...

Por ser de um signo tão geminiano,

Feliz, abro o portão para encontrar...

Surpresa! Um belo cesto com mil flores!


Elïscha Dewes____________



Lusco-fusco


Fechado é o espetáculo do dia,
Aplausos para o Sol que desce lento.
Num lusco-fusco igual sala vazia
Aturde a imensidão do firmamento!

Suspenso por dois fios qual magia
Aquele amor em chamas, num momento,
Acende a derradeira estrela guia
Na noite da saudade e do tormento.

- Afastem-se tristezas, não mais firam
As almas que em cânticos suspiram

E juntam-se onde os corpos não alcançam...

Paixão que tem sabor a vinho tinto,
Suor embriagado de absinto
A escorrer da pele enquanto dançam...


ElïschaDewes______________





A Luz da Evolução


Ao lembrar quão imensos são os astros
Onde a dor e miséria dos mortais
Inexiste e nem lá se guardam lastros,
Frustrações cultivadas nos umbrais

A essa dor, mesquinhes de falsos castos
Cleros somam-se aos tolos, tão iguais,
Mergulhando em sentires vãos, nefastos...
A isso tudo minh'alma diz Jamais!

No controle da mente, habita o dia,
Do universo, o equilíbrio se irradia,
Sobre esteiras de paz, é a direção.

Tendo às mãos o poder de ser feliz,
Sou da arte da vida um aprendiz
Este é o rumo, esta é a luz da evolução!


ElïschaDewes_____________


quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010



O teu Olhar______________


Flutuas como a brisa tão suave
No calmo ondular do pensamento.
Inverso à expressão o rosto grave,
Reflete em teu olhar, o firmamento.

Fosse tu, comandante de astronave,
Quisera que chegasses num momento
Iria ao teu encontro em vento ou ave,
Encantos e mistérios, nosso alento.

Fascínio há, na força que me passas,
Meu mundo tornas ledo, tantas graças,
Criar poemas, contos tu me incitas

E ao ver quão bem ao leme tu navegas
Me deixo dirigir, como que às cegas,
No rumo das estrelas mais bonitas!


ElïschaDewes



Amor Ancestral


Perdidos em caminhos sinuosos
Na tórrida planície e além monte,
As vozes, em chamados amorosos
Ecoam de horizonte a horizonte.

Desertos tantas vezes ardilosos
Miragens ocultando tua fronte.
Pedaços de um inteiro tão saudosos
Amor que renasceu da mesma fonte.

Seria essa procura um mero encanto?
Magia de um feitiço, algum quebranto?
Enclausuradas almas, vil ferrolho...

Memórias ancestrais... e eu te pressinto!
A luz descerra o fim do labirinto...
Lá estás e nos teus braços me recolho.


ElïschaDewes___________